Assim como o primeiro filme, Avatar 2 trouxe inovações técnicas, mas é bom mesmo?
Vale ressaltar, como o nome sugere, trata-se de uma crítica SEM SPOILERS, o conteúdo a seguir reflete a opinião de seu autor. Sinta-se livre para concordar, ou discordar, total ou parcialmente, o importante é que sua opinião seja expressa com respeito e educação].
Mais de uma década se passou desde que assistimos Avatar pela primeira vez (e não, não estou falando do desenho animado da Nickelodeon, mas sim, do filme dos homenzinhos azuis, de James Cameron). A revolução do primeiro filme nos cinemas chamou atenção e impressionou, mantendo-o como a maior bilheteria da história por anos, até que chegou sua continuação, e o tempo e novas tecnologias foram essenciais para que o filme ficasse bem e tão impressionante quanto ao primeiro.
Avatar 2, ou Avatar: O Caminho da Água utilizou novos equipamentos, veio prometendo assistir 3D SEM ÓCULOS, mas só em algumas salas especiais de cinema, com projeção a laser e outras coisas mias. Além disso, utilizou novas técnicas para gravar sob a água e graças a muitos treinamentos de mergulho, a atriz Kate Winslet bateu o recorde mundial ao ficar 7 minutos e 14 segundos submersa, superando Tom Cruise em Missão Impossível – Nação Secreta, que havia ficado 6 minutos e 30 segundos.
Tá bom de curiosidades, vamos ao que importa, o filme é bom?
O Caminho da Água conta a história que se passa anos depois do primeiro filme, onde Jake Sully vive com os Na’Vi, e sua família no planeta Pandora, e alguns remanescente da aventura anterior que resolveram continuar a viver no planeta. Eis que uma nova missão da Terra volta a Pandora e traz o vilão Miles Quaritch de volta. O filme traz uma boa justificativa para que ele regresse e isso acaba fazendo sentido na história.
Os Na’Vi voltam a lutar para proteger o planeta, mas o general Miles tem uma obsessão por encontrar Jake, e isso faz com que nossos protagonista e sua família tenham que fugir para longe, e assim vão para o mar, onde encontram outras tribos de Na’Vi. Então começam momentos de imagens lindas, tecnicamente muito agradáveis e contemplativas, onde podemos nos deleitar com mais criaturas encantadoras de Pandora e conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade do planeta.
Assim como o primeiro filme tratou sobre a brutalidade do colonialismo e os prejuízos do extrativismo (algo que nós brasileiros que estudamos e valorizamos a história somos capazes de entender e compreender muito bem), aqui em O Caminho da Água, vemos uma abordagem sobre os cuidados necessários para a proteção e preservação da biodiversidade marinha, e isso é feito de maneira sutil, inovadora, nos colocando para conviver com essas criaturas e ouvir suas histórias. Mas não pense que se trata de um documentário da Discovery, aqui temos um roteiro focado na evolução de personagens e aprendemos junto com eles, dessa forma as lições de preservação ficam subentendidas e não explicitadas, como na maioria dos documentários.
A história do filme é boa, me pareceu mais simples do que a do filme anterior, as atuações melhoraram um pouco, talvez isso se dê graças a evolução das técnicas 3D e captura de movimentos e expressões. O filme, desde o começo se propôs a mostrar mais de Pandora, dessa forma, o conflito serviu mais como um pretexto para a família principal partir em viagem, e isso foi bom para o público, ainda que a história tenha sido mais simples do que a do filme anterior.
Avatar O Caminho da Água é um filme tecnicamente muito bom, um dos melhores lançados até aqui. As novas técnicas utilizadas para gravações sob a água proporcionam um realismo e imersão que nos conquista e queremos sempre ter mais cenas em baixo da água. E olha que eu assisti em iMAX, 3D e tudo o que tinha de melhor em qualidade de imagem em Ribeirão Preto, só faltou mesmo assistir em 4D para ter o máximo da imersão possível de se conseguir aqui no Brasil.
Visualmente este filme é superior ao primeiro Avatar. A trilha sonora e os efeitos são igualmente bons e melhores em relação ao seu antecessor. Há momentos em que a ação e se intensifica junto com a batida musical, da mesma forma como também nos pega em cheio em uma cena um pouco mais dramática, a sala onde eu assisti não estava super lotada, mas tinha quase metade da lotação e assim como era possível ouvir as risadinhas do pessoal em vários momentos, houve uma situação onde a ação nos fazia inclinar para frente, e ao fim, assim como a música que diminuía em fade, o silêncio tomou conta da sessão, nem o barulho de alguém pegando pipoca ou abrindo um bombom era audível, realmente a edição foi muito feliz e conseguiu despertar muitas sensações e emoções no público.
O filme é longo, mas boa parte dele passa sem que a gente sinta, como a história está quase sempre em constante evolução, até o contemplativo nos dá a sensação de recompensa. Só acho que no final do filme, perderam muito tempo só para uma personagem fazer uma piadinha, que o cinema adorou e riu, enquanto eu comecei a sentir o peso do roteiro que parecia ter sido escrito pelo pessoal do marketing neste momento, só para poder divulgar que são mais de 3 horas de filme. O final do filme realmente foi um problema para mim, reciclagem de história e alongamento desnecessário, dava para tirar uns 30 minutos de filme que o efeito teria sido o mesmo, muita contemplação, evolução de personagens, de narrativas, piadinhas para descontrair, ação, drama, exploração, apresentação de Pandora, etc.
Estamos certos de que Avatar O Caminho da Água estará na lista dos indicados ao Oscar 2023 e vai levar algumas estatuetas, vou chutar aqui os Efeitos Visuais, Fotografia, Mixagem de Som (que parece que vai mudar de nome), Direção, mas não deve levar o Filme do Ano (até porque geralmente o prêmio de Melhor Diretor é quase um prêmio de consolação para quem não vence o Melhor Filme), mas a resposta que todo mundo já sabe, se Avatar O Caminho da Água vale a pena? É claro que vale a pena, é um filme muito bom, dá para assistir com a família a qualquer momento, é bonito, e prazeroso de assistir e como esta crítica está saindo tardia, já sabemos que é um sucesso de bilheterias.
Review
Avatar: O Caminho da Água
Avatar O Caminho da Água é uma evolução técnica do primeiro filme, e uma expansão do universo que começamos a conhecer com uma pequena tribo nativa do planeta Pandora. Agora vemos que o muito é muito mais do que isso e graças à tecnologia e técnicas utilizadas em sua produção, temos um espetáculo visual que podemos chamar de filme. Vale muito a pena assistir, pois a diversão está garantida, e nem os pormenores são capazes de estragar a experiência.
PROS
- Visual estonteante e incrível
- Efeitos sonoros e trilha sonora impecáveis
- Continua com abordagem de temas importantes em sua história
- Biodiversidade e diversidade cultural
CONTRAS
- A história se alonga um pouco no final para dar 3 horas de filme.