Foi no último domingo (26) que aconteceu uma tragédia no contexto dos Esportes Eletrônicos (eSports). O torneio de Madden NFL 19, que deveria ser uma simples disputa de Futebol Americano, acabou se traduzindo num festival de horror.

O jogador, David Katz, que já tinha renome, foi o autor dos disparos de arma de fogo contra o público local do GLHF Game Bar na Flórida, durante o torneio. O ocorrido se deu após sua derrota no torneio. Deixou 2 mortos, muitos feridos e terminou com seu suicídio. Katz, segundo a investigação, passava por uma crise familiar e problemas pessoais por consequência. Mas daí vem uma questão: o que se passa com os jovens atualmente? É um caso isolado da atual geração de games? Isso pode voltar acontecer?

Considerando uma tendência das gerações atuais no Ocidente, de uma certa “vulnerabilidade emocional” conectada com um contexto onde jogos eletrônicos são um local de satisfação ou até mesmo catarse, o que podemos aprender com esse caso (sim, aprender, porque não podemos esperar outros casos como este para depois buscar medidas e campanhas meramente atenuantes)?
Tem sido alvo de debates por setores da sociedade o antigo e emblemático caso de Columbine (1999) através do documentário premiado de Michael Moore: Tiros Em Columbine, em que se retrata uma tragédia com 12 mortes numa escola. De lá pra cá os Estados Unidos não atuaram na gestão pública por uma mudança relevante sobre a posse de armas ou, até mesmo, a situação da juventude no ambiente escolar. Mas a dúvida que fica é: seria esse um caso que ficará isolado nos EUA? Um dia poderemos assistir casos semelhantes por consequência desta mesma juventude no Ocidente?
O que acontece é que nunca saberemos responder isso. Faz-se necessário falar disso! O assunto eSports, ou seja, o trivial “joguinho online”, que muitas vezes, os pais autorizam seus filhos a passarem mais de 6 horas por dia na frente do computador, pode acarretar num problemão. Claro que este problema não chega a ser da magnitude do que ocorreu na Flórida, mas é na falta de diálogo, contato com seus filhos, e até mesmo no isolamento dele na vida real – que tem suas intempéries comuns e necessárias e que se forma uma personalidade forte e vigorosa para estar preparado para a vida em sociedade de maneira harmônica – que paulatinamente vamos, enquanto sociedade, desenvolvendo indivíduos “despreparados” para um bom convívio social.