A primeira série steampunk brasileira estreou no dia 07 de setembro no Amazon Prime Video, e hoje, trazemos uma entrevista exclusiva com seu ator e diretor Felipe Reis!
The Geek News: Conte-nos um pouco sobre como surgiu a ideia da série.
FELIPE REIS: Tudo começou por conta de um relógio que comprei em New Orleans- EUA. Achei a estética dele muito louca, diferente. Comprei de um relojoeiro de rua. Isso foi em 2013. Passaram-se os anos, em 2016 eu morava no Rio de Janeiro e trabalhava em uma agência de publicidade na parte de criação. Um nova-iorquino estava fazendo um trabalho por lá, nos cruzamos no corredor e ele elogiou meu relógio: “Nossa, muito legal esse seu relógio STEAMPUNK”. Eu falei “O quê???”, ele riu e pediu para que eu fosse dar um Google depois. Fiz isso chegando em casa. Me apaixonei, e como gosto muito de cinema já fui procurar filmes e séries com a temática. Não achei nenhum, apenas filmes com um ou outro elemento steampunk inserido no contexto. Pensei: vou criar uma série brasileira 100 % Steampunk. Comecei a ir atrás de pessoas para me ajudarem no roteiro e infelizmente no Rio de Janeiro não encontrei ninguém disposto a vestir a camisa comigo nessa empreitada. Voltei pra São Paulo em 2017, e segui na busca. Até que cheguei na Débora Puppet do canal Conselho Steampunk, que me levou a Jesse Reeves que por fim, me levou ao Enéias Tavares. Era a conexão que eu precisava, nos demos super bem. Apresentei para ele um argumento que havia escrito, ele me retornou com uma proposta tentadora: “E se misturarmos uns personagens de um livro que eu já tenho lançado “A Lição de Anatomia do Temível Dr Louison”, e mesclarmos com alguns personagens inéditos baseados nos seus. Perfeito. A partir daí a coisa começou a fluir e em menos de 1 mês túnhamso os 8 episódios da 1˚ temporada de A Todo Vapor escritos.
The Geek News: Fale um pouco sobre sua carreira, e seu caminho até chegar à essa série…
FELIPE REIS: Em 2002 se formou ator pela Escola de Teatro e Televisão INCENNA onde deu aulas de interpretação para TV e Cinema de 2008 a 2012.
Formou-se em Rádio e Televisão pela Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo no ano de 2007, ano no qual começou a carreira como diretor. Como ator fez o personagem Léo em Chiquititas, em 1999 transmitida pelo SBT; apresentou o programa Nossa Língua da Tv Cultura de 2009 a 2011, e fez diversas participações em novelas, sendo as 3 últimas em “As Aventuras de Poliana” (SBT), “Totalmente Demais (GLOBO) e “Amor Sem Igual”(RECORD).
Já dirigiu mais de 30 curtas-metragens, criou 5 web séries, incluindo a pioneira do Brasil chamada “Conversas de Elevador” de 2007; dirigiu um piloto para série de TV e gravou 3 videoclipes. Foi indicado a 4 prêmios no 1˚ Rio Web Fest em 2015, foi semifinalista com 2 web séries no Los Angeles Film Fest em 2017. Atualmente está focado no projeto transmídia A Todo Vapor!, onde foi vencedor de melhor série de Drama no Global Film Festival Awards Los Angeles 2018; indicado à melhor série de Thriller New York City Web Fest 2018; indicado à melhor filme no Cubo de Ouro 2019, e indicado à melhor ator de Sci-Fi New Jersey Web Festival também em 2019.
The Geek News: Quais foram os desafios de criar um seriado steampunk no Brasil? Conte-nos um pouco de sua experiência.
FELIPE REIS: O primeiro grande desafio é que o steampunk é um passado alternativo do início do século XIV. Ou seja, nossa cidade teria que remeter à essa época, então a primeira grande dificuldade foram as locações. Outra grande dificuldade foi alinhar agenda de atores, equipe e locação, uma vez que não tinha dinheiro envolvido nem sempre conseguíamos “prender” a pessoa à data por conta de possíveis trabalhos que pintassem. Por incrível que pareça, a parte que seria mais complicada, como figurinos, acessórios, adereços e objetos de cena estilizados, foram uma parte menos estressante, uma vez que boa parte da equipe era da comunidade steampunk e muita gente contribuiu para a execução. Uma das pessoas inclusive, o Hermes Barreto, produziu peças exclusivas para o A todo Vapor. Além dele outro talentoso amigo, o Alexandre Bader também fez sob medida alguns props incríveis. O José Carlos Cecílio, da JCD steampunk também nos cedeu luminárias incríveis que agregaram muito valor à série. A Todo Vapor é uma série que existe graças a muitas pessoas que acreditaram e apoiaram. Obrigado.
The Geek News: Dentre todos os momentos do seriado, qual foi o que você mais gostou, e qual o motivo.
FELIPE REIS: Impossível citar UM momento. Gosto muito de um plano sequência do 2˚ episódio, onde acompanhamos um diálogo entre o Padre, o Juca e a Vitória.
A cena em que o Juca bate nos funcionários da indústria McHell tb curto muito.
O diálogo entre o Padre e o Sérgio no 5˚ ep, a despedida do Juca e da Vitória no 8˚, assim como toda parte do balão no episódio final também me emocionam muito.
The Geek News: Conte pra gente um pouco sobre o cenário steampunk no Brasil, o pessoal que faz steamplay (fantasia steampunk), e os encontros relacionados ao tema que acontecem)
CLÁUDIO BRUNO: Quando eu entrei no projeto eu não sabia quanta gente estava envolvida com o Steampunk no Brasil. Meu primeiro contato foi com a Debora Puppetmissing e com a Thaís Viana que estavam envolvidas com os figurinos. No meio das filmagens fui a Steampunk Santos e aí sim vi muita gente lá. Conheci até outras pessoas que fizeram os adereços e objetos de cena que foram usados na série. Hoje conheço muita gente envolvida e já vi em Lives do Alexandre Valença Barbosa pessoas de cidades do interior questionado como começar um grupo em sua região.
The Geek News: Por último, gostaria que deixasse um recado para todos que desejam se aventurar pelo meio audiovisual, e deixasse um convite aos fãs sobre a série A TODO VAPOR.
FELIPE REIS: Meu recado a todos que estão iniciando no mundo do audiovisual é: jamais desistam de seus sonhos. Faça, faça e faça. Feito é melhor que perfeito.
E se você curtiu a série, e quiser conhecer mais este elenco, não deixe de acompanha-los no Instagram:
Não deixe de conferir a série no Prime Video, e em breve teremos uma crítica completa e sem spoilers pra vocês. Até a próxima!