Minissérie da Netflix ganha segunda temporada com mais tempo de tela, mas que continua rápida e boa para maratonar.
Você já deve ter ouvido de fetiches, certo? Tema tabu que causa desconforto em alguns e aumenta o prazer em outros, existem dos mais variados, desde o fetiche de beijar com bala de hortelã, até outros mais estranhos, coletivos, agressivos ou escatológicos.
Amizade Dolorida trata com muito humor e até uma certa dose de pudor sobre o BDSM (Bomdage Dominação, Sadismo e Masoquismo), um estilo de vida, levado como fetiche por muitas pessoas, que trata da questão de servidão por e para o prazer do parceiro. Aqui temos Tiff e Pete dois amigos, ele, um garçom que quer ser humorista, e ela, uma estudante de psicologia que tem um emprego comum durante o dia e atua como dominatrix às noites. Ambos decidem se ajudar e aí começa a história, com diversas subtramas sendo apresentadas, ainda que, os episódios sejam curtíssimos, menos de 20 minutos, e sejam apenas 8 em cada temporada.
Na segunda temporada, a sinopse nos dá conta de que ambos foram banidos de todas as masmorras (ou calabouços) de Nova Iorque e agora buscam ajuda para recuperar a credibilidade (Dungeon no original, masmorra ou calabouço é o nome que se dá a locais utilizados para a prática do BDSM, o significado se deriva mesmo dos calabouços medievais, onde haviam correntes e instrumentos de tortura e castigo). As cenas (nome dado a algumas práticas de BDSM) funcionam com uma série de regras, em comum acordo e o encontro de uma pessoa com vontade e tesão por servir, e outra com vontade e tesão de ser servido. Como pode ocorrer de uma das partes ser sádica e a outra masoquista, é comum que aquele que serve acabe falhando ocasionalmente, seja proposital ou não, e precise ser disciplinado, neste momento é que mais se justifica o termo calabouço.
Amizade dolorida tem classificação 16 anos, de fato não apresenta cenas explícitas de atos sexuais, mas algumas cenas bem coreografadas de cenas BDSM, não são muitas, mas são bem feitas, conseguem transmitir a ideia e até mesmo atiçar a curiosidade. Cada temporada da série tem a duração de um filme, cerca de 2 horas, dividida em 8 episódios curtinhos que passam e a gente nem sente. Fica aí a recomendação para quem quer uma comédia com tema interessante, para quem quer entender um pouco mais sobre o assunto BDSM de forma descontraída, seja por curiosidade ou para apimentar um pouco mais a relação, ou apenas para quem é fã e praticante do BDSM e está cansado de ver filminhos com cenas mal coreografadas e artificiais, que em vez de “animar” (se é que você me entende) te deixa é desinteressado.
Se interessou? Confira então nossa crítica da primeira temporada, sem spoiler, clicando aqui. Ou então, a crítica da segunda temporada, sem spoiler, que saiu aqui.