A banda Gangrena Gasosa realizou uma apresentação histórica na edição 2022 do festival Rock in Rio. Um dos destaques do show foi a música inédita “Rei do Cemitério”, lançada na mesma data, 02 de setembro, em todas as plataformas digitais de streaming, além do videoclipe, disponível no canal do YouTube do grupo.
A música “Rei do Cemitério” é uma composição da banda, com letra do novo Omulu da Gangrena Gasosa, Davi Sterminiun, ao lado do também vocalista Angelo Arede.
O videoclipe foi registrado no Rio de Janeiro, na Calunga Pequena, uma produção conjunta de Boneco de Pano Produções e Gangrena Gasosa e direção de Fabiano Soares. A música foi gravada no Tellus Studio, com produção de Caio Mendonça.
Ouça o single “Rei do Cemitério”: https://open.spotify.com/album/4stKdY25TzMKJGCJH4bZq1
Realizando shows importantes este ano, como uma vitoriosa turnê pela região Sul e um show com casa lotada em São Paulo, a Gangrena Gasosa segue com a agenda intensa até o final do ano. Em novembro, o grupo se apresenta no Circo Voador, Rio de Janeiro, com o Matanza Ritual, na sequência segue rumo ao Nordeste, para participar do Maranhão Open Air, ao lado de bandas como D.F.C., I Am Morbid, Shaman, Richie Ramone e Ambush, entre outros.
A atual formação da Gangrena Gasosa conta com, além dos vocalistas Angelo Arede (Zé Pelintra) e Davi Stermimiun (Omulu), com o baixista Diego Padilha (Exu Tranca Rua), a percussionista Ge Vasconcelos (Pombagira Maria Navalha), o guitarrista Minoru Murakami (Exu Caveira) e o baterista Alex Porto (Exu Tiriri).
A banda carioca Gangrena Gasosa e suas entidades apresentam em sua música um lado importante da expressão cultural brasileira, ao mesclar Heavy Metal e Hardcore com elementos de Umbanda, colocando como protagonistas de suas letras Orixás, Exus, Caboclos e Pretos-Velhos. Uma verdadeira lenda da cena underground, a banda carioca Gangrena Gasosa tem mais de trinta anos de estrada, quatro álbuns lançados, segue realizando shows pelo Brasil e preparando novos lançamentos.
Confira a letra de “Rei do Cemitério”:
Salve os ossos
Salve a calunga
Quem nunca viu vem ver
Caldeirão sem fundo ferver
Deu meia noite, cemitério treme
Catacumba racha e o defunto geme
É tripa, é tripa, é tripa
É tripa de bode
Palhas sobre o rosto
Agonizando seu desgosto
Atotô
Ajuberô
Corpo cheio de pereba
É o que ele herdou da terra
Abandonado pela própria mãe
Jogado no mar
Caranguejos queriam lhe devorar
E mostrar seus ossos para Obatalá
Banhado com pipoca e dendê
Seu nome é Obaluaiê
Numa das mãos a peste e a dor
Omulu, rei do cemitério
Na outra a cura, sim senhor
Pra quem conhece seu mistério
A calunga tremeu
Atotô!!!
Meu exu mandou te avisar
Se tu entrar no cemitério tua alma fica lá
Presa pra sempre com o falso messias
Acenda a vela para Omulu
Ele arranca essa miséria de tu
Ele arranca essa miséria de tu
Ele arranca essa miséria de tu
A calunga tremeu
Atotô!!!
Mandou tatá caveira ficar de prontidão
Faca, capa preta, assombração
A mão que faz carinho no seu rosto
É a mesma que quebra o seu pescoço
Pra cantar demanda
Pra cantar demanda
Pra cantar demanda
Omulu te chama
O messias é o teu guia e te levou pro umbral
Tosse diabólica, vagabundo é mal
Pagará com sangue
Vai comer lama no pé de Omulu
Pra cantar demanda
Pra cantar demanda
Pra cantar demanda
Omulu te chama
Pra cantar demanda
Pra cantar demanda
Tem que ter um diabo amarrado na garganta
Fotos: Fabiano Soares