Um episódio de enrolação, uma barriga na série, maior do que a da Michonne durante a gravidez.
[Vale ressaltar, como o nome sugere, trata-se de uma crítica SEM SPOILERS, o conteúdo a seguir reflete a opinião de seu autor. Sinta-se livre para concordar, ou discordar, total ou parcialmente, o importante é que sua opinião seja expressada com respeito e educação.]
Logo no começo, a direção trabalhou com a direção de arte e a acertou uma bela trilha sonora para nos mostrar que o episódio seria diferente, os flashbacks tinham direção de arte diferenciada em relação aos acontecimentos do presente, e a transição entre passado e presente, ainda que ocorressem em forma de cortes rápidos, ocorria de uma forma bastante interessante, em alguns momentos se utilizando de recursos baratos de surpresa, beirando o jump scare, mas, até que aceitáveis.
Foi um episódio longo, sentimental, tenso. O gore em certas partes foi controlado, afinal, os fatos por si só, bastavam para manter a atmosfera tensa.
Foram reveladas as origens das cicatrizes de Michonne e Daryl, e sinceramente, eu não me senti satisfeito. Ao final, toda a história das cicatrizes foi contada, mas não chegou a ser o suficiente para eu realmente me importar. Acabei sentindo que, ao longo da temporada, prometeram muito e a entrega foi pouca. Nem mesmo Rutina Wesley (a Tara de True Blood) foi capaz de transformar o episódio em algo bom.
No fim, foi só um episódio medíocre, e se você não se importa, ou não se deixou levar pelo hype criado em cima das cicatrizes das personagens, pode assistir apenas aos 5 minutos finais, ou nem assistir este episódio, caso esteja com coisas mais importantes para fazer, pois, fora a pífia explicação sobre as cicatrizes, não acontece nada aqui.
Sei que posso parecer um hater nesta análise, mas, como disse, foi um episódio mediano, os flashbacks ajudaram a juntar algumas pontas soltas, mas, ainda acho que não ficou bom. Provavelmente a Agela Kang deve ter pensado em vir contando estas histórias em ordem cronológica, mas, como a série já vinha de duras críticas devido a decisões da produção desde a sexta temporada, que se agravaram exponencialmente na sétima, e pra completar, se entregou à galhofa na oitava, pode ser que tenham achado melhor não enrolar muito para apresentar os sussurradores, pois, assim como aconteceu com o que seria a grande Guerra entre as comunidades e os Salvadores, que ficou muito na promessa e pouco na execução, o atraso nos sussu certamente causaria o sentimento de enrolação no público.
As cenas no presente foram pontos fortes, com Judith mostrando ser um verdadeiro prodígio, mais uma boa interação entre Michonne e Negan, e até mesmo com um evento totalmente aleatório apenas para termos a cota zumbi e sussurradores do dia.
É um episódio que pode agradar a quem gosta de tensão e clima pesado, mas, pode desagradar a quem gosta de boa história e desenvolvimento do enredo. Como disse, se tiver coisas mais importantes para fazer, pode adiar este episódio, pois não parece ser capaz de alterar sua compreensão da série, mas, se você gostava de True Blood, assista, pois não é apenas Rutine Wesley quem deu as caras, é a própria Tara, com todos os trejeitos e expressões.