Série da Netflix termina com episódio emocionante e surpreendente.
Para aonde vamos depois que morremos? Uma pergunta que muitos fazemos. The Good Place, de uma forma muito leve e humorada tenta nos trazer algum alívio sobre esta dúvida, e vai além, se vamos para algum lugar, por quê vamos para lá? E o que devemos fazer para ir a qualquer lugar que seja?
A série possui episódios curtos de cerca de 20 minutos e conta a história de Eleanor, Chidi, um jovem filósofo, Tahani, uma socialite e Jason, um monge, quatro pessoas que morreram e foram parar no Bom Lugar, porém, logo descobrimos que Eleanor não havia sido uma pessoa tão boa assim, e começa a se questionar sobre sua presença no Bom Lugar. Descobrimos também a existência do Lugar Ruim, e que lá ocorrem coisas horríveis e a tortura eternar por demônios de todos os tipos, incluindo demônios de lava, que vomitam lava em sua garganta, só para termos ideia das coisas que acontecem no lugar…
Durante a jornada o grupo conhece Janet, uma espécie de anjo robô que sabe de todas as coisas e pode fazer quase tudo, bastando que você a chame e peça, e Michael, o arquiteto, que construiu a cidade aonde as personagens se encontram.
A série parece bastante simples, e apresenta situações que parecem ser comuns no Bom Lugar, mas que parece estar sofrendo algumas anomalias, enquanto Eleanor pede ajuda para o filósofo Chidi para ajudá-la a repensar seus valores e atitudes e se adequar ao Bom Lugar (afinal, ninguém quer ir para o Lugar Ruim). Ao longo das temporadas a série nos surpreende com revelações e reviravoltas empolgantes, além de mostrar a evolução e transformação de alguns personagens. A terceira temporada foi um pouco repetitiva e a série apresentou alguns sinais de cansaço, e mesmo tendo boa audiência, ficou definido seu final na quarta temporada.
A temporada final de The Good Place teve seus altos e baixos, nos levando a momentos de tensão e grande expectativa, além de nos fazer rir muito, como sempre, mas no finalzinho ela conseguiu fazer com que nos importássemos tanto com cada personagem, que precisou de um episódio mais longo do que o normal para que tivéssemos tempo suficiente para curtir seus feitos e plenitude, com uma moral para carregar pra vida.
A série optou pela simplicidade desde o início, com uma direção de arte e fotografia boas, sem nada muito impressionante, ficou acima do clean e nunca chegou a ser brega. A trilha sonora surpreende desde a introdução, aquela musiquinha de elevador surpreendentemente não incomoda, pelo contrário, já aquece o coração para mais um episódio, que já sabemos que será bom, pois a série capricha em tudo o que faz.
Coadjuvantes carismáticos com planos maquiavélicos e tiradas engraçadinhas garantem que a série não caia na mesmice, e garanta um humor quase britânico, aquele que te fará rir, mas com poucas oportunidades de gargalhar. Este é um exemplo de série que desenvolveu tão bem seus personagens que do primeiro ao último episódio você se importa com todos. E se você for antenado, vai pegar muitas referências, e mesmo que não pegue todas, terá momentos em que vai pensar “acho que isso é alguma referência”, mesmo não sabendo do que se trata você saberá que em algum lugar do mundo tem algum vibrando com isso.
Review
The Good Place
The Good Place é uma série suave e que chegou de maneira despretensiosa, conquistou uma legião de fãs. Talvez você nunca a tenha ouvido falar da série, mas se assistir, dificilmente a esquecerá. Personagens principais muito bem desenvolvidos e coadjuvantes carismáticos favorecem a série e a tornam uma deliciosa pedida para qualquer hora. Sabe aquele momento que você está querendo conversar com alguém, mas o papo parece atravancado? Assista The Good Place e pelo menos terá um assunto novo com potencial de encantar e ajudar a soltar a conversa.
PROS
- Desenvolvimento de personagens
- Coadjuvantes carismáticos
- História simples, leve e agradável
- Ótimas atuações
- Humor de ótima qualidade
CONTRAS
- Se torna um pouco repetitiva na terceira temporada