Nova produção traz roteiro dos irmãos Russo e astro de vingadores em um filme que não traz nada de novo, mas surpreende pela técnica e cenas de ação inteligentes
Filmes da Netflix sempre vêm acompanhados de muito receio. Não é de hoje que muitas produções saem, mas sempre acaba em dúvida sobre a qualidade delas, e realmente são raros os filmes produzidos pelo streaming que tenham sido realmente memoráveis, como Oukja, do diretor de Parasita. RESGATE, felizmente, pertence ao grupo da raridade – a trama, claro, não poderia ser mais clichê: um mercenário com tendências suicidas precisa resgatar o filho de um cartel do crime das mãos de Outro chefe do crime, e como de praxe, a jornada se torna algo transcendental para o protagonista. Contudo, o roteiro dos diretores de Vingadores traz uma execução soberba. Apesar da história ser simples, o modo como as sequências de ação são construídas te prendem, e te fazem perceber que este não e apenas mais “um filme de explosões genérico”. Logo de cara, temos não uma, mas duas sequências em plano-sequência (quando a câmera sai filmando, acompanhando a ação, sem cortes) realmente fascinantes, que nos fazem sentir dentro da ação.
Mesmo as cenas de luta são pensadas, utilizando elementos do cenário, sem se resumir ao clássico tiro, porrada e bomba. E o ator Chris Hemsworth, famoso pelo papel de Thor, neste filme foge dos padrões ao interpretar um personagem depressivo e triste, completamente diferente do tom humorístico que se tornou sua marca registrada. Sua relação quase paternal com o filho do criminoso é certamente um dos pontos fortes do filme. Até mesmo David Harbour, o Hooper de Stranger Things, consegue ter certo destaque, mesmo com seu tempo diminuto em tela. Concluindo: você pode assistir esse filme sem medo, com a certeza de ver uma produção boa e cenas que te farão ficar com os olhos grudados em tela do começo ao fim.
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