Saint Seiya (Netflix) Temporada 2 – CRÍTICA sem spoiler.

Segunda temporada da animação apresenta adaptações interessantes de roteiro e questionável mistura de qualidade técnica.

Se você ainda não viu nossa crítica da primeira temporada de Knights of the Zodiac, a releitura de Cavaleiros do Zodíaco, fruto da parceria Netflix e Toei Animation, você pode acompanhar em nosso canal do Youtube, clicando aqui.

A segunda temporada continua a história do exato momento onde terminou a primeira. Continuamos a saga de Atena (Saori Kido) e seus quatro cavaleiros de bronze, Seiya de Pégaso, Shiryu de Dragão, Hyoga de Cisne e Shaun de Andrômeda. Após enfrentarem Ikki de Fênix em uma montanha, para recuperar a armadura de ouro de Sagitário que havia sido roubada.

A história segue, em boa parte o mangá Saint Seiya, porém, há um novo vilão (cujo nome é complicado, algumas vezes parece ser chamado de outra forma, mas é creditado como Vander Graad). Esta segunda temporada, por alguns momentos, parece ter se esquecido que se propunha a fazer uma releitura a partir de um ponto de vista mais atual da história mitológica, e parece que existiram problemas técnicos ou falta de dinheiro (o que eu não acho que tenha sido, mas sim, falta de vontade), que nos três primeiros episódios deixo a impressão de que houve uma perda de qualidade técnica.

Visualmente, a abertura e o encerramento são as melhores partes dos episódios, pois os episódios 7, 8 e 9, os três primeiros dessa segunda temporada, parecem ter sido renderizados direto de um centro cirúrgico de uma clínica de estética, as texturas são tão limpinhas que parecem ter sido feitas em impressoras de Botox, é incômodo observar toda aquela perfeição e lisura em peles, cabelos e armaduras. Só os três últimos episódios que realmente parecem que se lembraram de corrigir as texturas e aí deram uma caprichada, uma poeira aqui, umas ranhuras ali, uma sujeirinha nas peles, iluminação melhor trabalhada, etc… As armaduras de ouro parecem que comeram metade do orçamento, pois são o melhor que podemos ver até o penúltimo episódio, e ainda assim, se observarmos a armadura de Leão, ela possui dois detalhes azuis que refletiam como espelhos, e não parecia refletir o que estava à sua frente… Já o último episódio deve ter gastado 30% do orçamento, pois tem ótimo visual.

O som é bom, a dublagem brasileira continua a ser melhor do que o áudio original, não apenas pela nostalgia, inclusive na dublagem de cavaleiros de ouro e de prata, mas, pela adaptação e localização de alguns textos e piadas. As músicas e os efeitos sonoros são bem “oqueis”, não tem nada marcante, mas nada incomoda de fato.

Como na primeira temporada, se você é viúva da Rede Manchete, este anime não é pra você, mas nesta segunda temporada você pode estranhar mais ainda do que na primeira. Enquanto a primeira foi assistível, apenas retirando alguns filers para dar maior agilidade ao enredo, aqui na segunda, muita coisa se baseou no mangá, o que já vai incomodar quem buscava fidelidade ao anime. Além disso, está tudo muito mais acelerado, pois não é apenas a saga dos cavaleiros de prata adaptada aqui, tem um extra que consome parte do, já pouco tempo da animação.

Infelizmente as animações perderam qualidade, lutas, efeitos, movimentações, enfim, tudo é inferior à primeira temporada, exceto as armaduras de ouro e o episódio 12. Os cenários parecem amplos espaços preenchidos de vazio e oportunidades perdidas de enriquecimento da história. Se você é fã de Cavaleiros do Zodíaco, vale a pena assistir, terá momentos que vai se divertir, e muitos outros de estranhamento. Em vários momentos eu senti que a história atual parece querer dar mais valor à família do que à amizade, acho que este é o ponto que mais me agradou.