Riot desrespeita sua comunidade e a ofende, culpando jogadores free to play, pela má gestão da empresa, enquanto mira em baleias.
Recentemente a Riot Games divulgou um dev vlog, onde apresentou algumas novidades para o League of Legends e falou sobre um dos assuntos mais críticos à comunidade, os baús hextec. No vídeo a empresa alegou que os baús não fazem mais sentido e que são ruins para a economia e ecossistema do jogo, e disse que está com problemas de sustentabilidade financeira porque os jogadores free to play (que são a grande maioria dos jogadores de League of Legends), não gastam nada em seu jogo, já que estavam ganhando muitos itens cosméticos gratuitamente nos baús hextec.
[OPINIÃO]
A Riot Games, possui o maior jogo de e-sports da atualidade, um jogo horrível, com gráficos ultrapassados, desenvolvido em uma engine limitada, que foi comprada a preço de banana na época em que a empresa era apenas um estúdio independente, formado por um grupo de amigos com boa vontade e prazer pelos games. Infelizmente os tempos mudaram, e hoje temos uma empresa gigante, que se viu crescer rapidamente, mas nunca quis assumir a responsabilidade pelo grande acúmulo de pequenos problemas que enfrentava e varria para debaixo do tapete ao longo dos anos.
O código do League of Legends é conhecido como código espaguete, é um tipo de má prática de programação, comum, principalmente, entre desenvolvedores pouco experientes, que com o passar do ano, se embola tanto, que muitas das vezes é mais fácil refazer o código do zero, do que tentar arrumar algo tão enrolado. E este problema, a empresa já havia assumido no passado, porém, nunca demonstrou vontade verdadeira de arrumar, apenas uma fala aqui, outra ali, mas nunca parou para se organizar e resolver.
Por mais de uma década, League of Legends cresceu e se tornou o que é hoje, graças aos jogadores free to play, que são aqueles que não costumam gastar dinheiro nos jogos, enquanto uma parcela dos jogadores costumam gastar pequenas quantias eventualmente e uma parcela muito menor costuma gastar altas quantias de dinheiro no jogo, estes “gastões” são chamados de “baleias” e costumam representar menos de 5% da player base, podendo ser um valor inferior até a 1% dos jogadores.
Há muito tempo os jogadores reclamam de problemas no League of Legends, um client horrível, feio, lento, bugado (que já deu brecha para diversos tipos de hackers, como o trava lol), a falta de um chat de voz nas partidas ranqueadas, o péssimo balanceamento realizado pela equipe que deveria ser, no mínimo, mais transparente com a comunidade sobre seus objetivos com algumas mudanças absurdas no balanceamento e até mesmo o match making, que é um sistema obscuro de pareamento de jogadores, para formar partidas, que parece ser projetado propositalmente para prejudicar os jogadores, independente de seu nível de habilidade, mas focado apenas em te prender no jogo para que você só progrida em seu rank de habilidade pelo número de partidas jogadas, te forçando a perder várias partidas apenas para permitir que outros jogadores que já perderam mais do que você, consigam subir um pouco seu elo.
Mais recentemente, a empresa decidiu encerrar algumas ligas competitivas, entre elas o CBLOL, que era a liga mais assistida do ocidente, em alguns momentos, conseguindo uma audiência superior até a do campeonato mundial de League of Legends, se tornando momentaneamente, o evento de e-sports mais assistido da Twitch.
Mesmo assim, com uma comunidade tão gigante e ativa, a Riot resolveu que está na hora de monetizar mais o LoL, e há algum tempo veio tentando implementar sistemas para isso, com skins e chromas que só poderiam ser obtidos através de GATCHA (um sistema estilo jogo de azar, onde você não pode comprar diretamente o item desejado, pelo contrário, tem uma porcentagem irrisória, geralmente menos de 1% de conseguir, abrindo pacotinhos, ou baús, que são repletos de lixos digitais de valor irrisório, mas que custam dinheiro real para serem comprados).
Não satisfeita com as mudanças, a empresa resolveu dificultar o acesso dos jogadores à moeda gratuita dentro do jogo, as Essências Azuis, dificultando até mesmo que os jogadores free tivessem acesso a mais personagens para jogar o jogo, e isso ficou claro quando uma community manager veio a público dizer que isso estava ótimo, já que os jogadores gratuitos poderiam desbloquear cerca de 4 personagens por ano… SENDO QUE O JOGO POSSUI MAIS DE 170 PERSONAGENS…
Recentemente a empresa anunciou que subir de nível de conta, não daria mais nenhuma recompensa, então os jogadores que ganhavam algumas capsulas de campeões, teriam ainda mais dificuldade de liberar novos personagens. O torneio Clash, que dava a possibilidade dos jogadores ganharem baús, que ofereciam EA (Essências Azuis), fragmentos de skins, e outras recompensas, terão sua frequência reduzida, diminuindo ainda mais o acesso dos jogadores à recompensas.
E agora, os baús, que eram a principal forma dos jogadores conseguirem algumas skins e outros itens cosméticos, serão totalmente removidos do jogo, porque a empresa acredita que o jogador que tem 1 chance em 1500 de conseguir 1 skin para um personagem que ele gosta, está dando prejuízo para a empresa. Que é o jogador gratuito o problema que eles estão tendo, e que eles acreditam que tirando o conteúdo gratuito do jogo, forçará os jogadores a gastarem mais por itens cosméticos, cada vez de menor qualidade, mais gatcha, e mais defasados, devido a um motor gráfico ultrapassado.
A comunidade, por muito tempo aceitou a desculpinha dos rioters (funcionários da empresa), de que eles gostariam de fazer as coisas diferentes, mas as ordens para prejudicar a jogabilidade dos jogadores vinham “de cima”, de pessoas que só querem o dinheiro dos jogadores. Mas, agora, parece que a empresa se cansou do barulho da comunidade e decidiu puxar a corda um pouco mais, para ver o que consegue tirar dos jogadores, e a comunidade parece ter sentido e tem feito barulho para expressar sua insatisfação.
Eu já abandonei o LoL desde a chegada do spyware em forma de anti-cheat chamado Vanguard, que é um programa com acesso ao Kernel do Windows, capaz de tomar controle total do computador e trafegar informações de forma sigilosa para onde quiser. Ele realiza capturas de tela te tempos em tempos e envia para servidores da Riot em diversas partes do mundo. Este spyware é táo perigoso que ele é iniciado em seu computador junto com o Sistema Operacional e pode, em caso de algum problema, danificar seu computador, ao ponto de você sequer conseguir iniciá-lo.
Além dos motivos citados a cima, ainda que a Riot alegue que o Vanguard seja seguro, todo este desrespeito com a comunidade, tem me desanimado mais a cada dia. Antes eu deixava de sair para assistir ao CBLOL, fizemos podcasts sobre o torneio no passado, hoje, assisto à LTA Sul, quando dá, isso se não peço para a IA resumir para mim os vídeos do YouTube, para eu não precisar dar audiência a um torneio sem graça que o evento chamado CBLOLL se tornou após a mudança de nome.
A Riot focou no dinheiro, mirou nas baleias, que não representam 5% dos jogadores… Ao pressionar os jogadores gratuitos e dificultar sua progressão, parece que a empresa está desesperada para tentar manter os jogadores jogando seu jogo pelos próximos 10 anos, afim de apenas tentar terem acesso ao básico, que são os campeões, para eles poderem jogar como e com quem quiserem, porém, a falta de incentivos, estímulos e recompensas, pode mais afastar jogadores, do que conquistar e fidelizar uma player base.
Se hoje em dia, há muita reclamação pela demora para encontrar partida e uma revolta com o auto completar na fila de pareamento, o que a empresa acha que vai acontecer quando os jogadores free to play que são a maioria dos usuários, desistirem do seu jogo? Os baleias vão querer continuar a gastar dinheiro em um jogo onde eles não conseguem encontrar paridas para exibir seus itens cosméticos? O colecionismo de alguns, continuará a fazer sentido à medida em que percebem que o jogo pode encerrar os servidores e ele não terá mais acesso aos item que comprou?
A Riot, popularizou o estilo de jogo free to play, cresceu e se tornou case de estudo para empresas que quiserem experimentar o formato, e agora cospe na cara da comunidade que lhe concedeu o status quo de maior empresa dos e-sports e do free to play.
Não acredito que o League of Legends vá morrer nos próximos 2 ou 3 anos, mas pode estar entrando em um declínio, motivado pela ganância, e incompetência de uma equipe deslumbrada, que tratava os problemas confiando na boa vontade da comunidade e apertando o “modo soneca”, por mais 15 dias, até que o alarme dos problemas tocasse novamente, eles acordasse, mas não despertassem, ativassem a soneca mais uma e mais outra vez… Por fim, a empresa nem pôde dormir bem, nem se moveu para resolver os problemas, e com isso, a boa vontade da comunidade foi diminuindo. Agora que a empresa precisa da sua comunidade, mais do que nunca, quando ela decide ser aberta e sincera, sobre a crise que está passando, ela esquece de fazer o mea-culpa e em um ato de desrespeito e falta de humildade, em vez de olhar para dentro, decide culpar a comunidade.
Talvez realmente a comunidade tenha um pouco de culpa… A culpa de passarem anos aceitando tão pouco de uma empresa que cresceu com seu amor e apenas devolveu chorume, um código porco, cosméticos mal feitos, skins de qualidade duvidosa, algumas parecendo apenas sprites copiados de um personagem para o outro, falta de transparência e promessas vazias de que ano após ano, seria “O ANO DO LEAGUE OF LEGENDS”…
A Riot tem a Tencend por trás dela, uma das maiores empresas do mundo, se ela quiser, o LOL continua por muitos anos, o que falta sabermos é, até quando a comunidade aceitará ser tratada como lixo, por uma empresa que só tem uma história grandiosa a contar, graças a comunidade que por muitas vezes aceitou ser feita de trouxa, enquanto esperava pelas grandes novidades que nunca chegaram, e agora, que chegaram, vieram em forma de um grande deboche e ingratidão a quem sempre esteve lá, quando a empresa mais precisou?