Existem inúmeros sistemas operacionais que podem ser utilizados pelas pessoas para as mais variadas finalidades. Talvez, a tríade de sistemas operacionais mais famosos, ao menos na minha visão, fique entre Microsoft Windows, o iOS (desenvolvido pela Apple) e o Android. A ordem que foram citados não segue nenhuma lógica específica. Apenas citei os que vieram primeiro em minha mente. A questão é que existem inúmeros outros para as mais diversas finalidades. Para citar alguns deles, temos o MacOS/OS X, as mais variadas distribuições Linux (Ubuntu, Mint, Debian etc), o Free BSD, Open BSD, Solaris … são inúmeros sistemas que, em algum momento, tiveram uma certa “publicidade” e que depois podem ter caído no esquecimento ou não.
É fato que a Microsoft detém, no quesito de plataforma desktop/PC, a maior fatia deste mercado. No mercado de smartphones, temos o Android que utiliza um Kernel Linux modificado dominando este segmento, seguido pelo iOS da Apple que é bem relevante e no mercado de servidores, eu não consegui obter as estatísticas então, vou ficar apenas com os números da parte de desktop e mobile.
O uso dos 4 primeiros em desktop são os seguintes, conforme a StatCounter entre Novembro de 2020 e Novembro de 2021:
Windows 74,85%
OS X 16,21%
Linux 2,16%
Chrome OS 2,02%
O uso dos 4 primeiros em Mobile são os seguintes, conforme a StatCounter entre Novembro de 2020 e Novembro de 2021:
Android 72,02%
iOS 27,23%
Samsung 0,36%
KaiOS 0,15%
Em um conversa com um amigo, eu demonstrei a ele este texto aqui do Diolinux (que recomendo a leitura posterior) e expressei minha visão a respeito para, digamos assim, “ser mais uma forma de bate-papo”. O título do texto é o seguinte: “O Linux precisa estar pré-instalado nos computadores à venda para crescer”. Um título bem interessante mas, que não é novidade. Lá pelo início dos anos 2000, eu tomei gosto pela tecnologia. Adorava ler/pesquisar a respeito de programas, configurações, sistemas operacionais, fiz cursos naquelas escolas de informática mas o problema é que eu não tinha um computador próprio para fazer os testes. Eu não me lembro ao certo quando ocorreu mas meu primeiro computador foi um Semp Toshiba. Tenho a caixa que ele veio até hoje e também comprei uma multifuncional.
Eu fiquei feliz com a aquisição e sabia que o computador vinha com Linux. O problema é que eu fiquei perdido no Linux. Não me lembro ao certo qual era a distribuição que veio mas, não era nenhuma famosa. Como que eu iria conectar na Internet usando ele ? Esse era um problema bem complicado lá nos anos 2000/2010 e, como que eu iria fazer a multifuncional instalar no Linux? Visitando o site do fabricante a multifuncional tem drivers para Windows mas o Linux fica de fora.
Foi bem frustrante tentar e não obter êxito nas duas tarefas então veio a coisa mais comum: remover o Linux e instalar o Windows. Na época, era o lendário Windows XP. Tinha acesso a ele por causa da faculdade. Instalei e de repente, todo o conhecimento que eu tinha começou a funcionar. E esse é o ponto importante. Conhecimento prévio. A Internet foi configurada, a multifuncional começou a imprimir e a digitalizar os documentos que eu precisava então, o Linux foi esquecido.
Então, voltamos a questão deste texto que é “O Linux precisa estar pré-instalado nos computadores à venda para crescer”. Essa frase, ao menos comigo, se mostrou “incompleta”. É claro que os tempos são outros. O Linux atingiu uma maturidade/consistência/robustez muito maior mas, eu ainda assim acredito que ele vir instalado nos computadores não é algo que vai aumentar exponencialmente o uso dele. Pode até ser que funcione mas quem é acostumado com o Windows, será difícil migrar a não ser que seja necessário o uso de outro sistema operacional. Por mais que empresas possam vir a prestar suporte usando alguma distribuição Linux, é muito mais cômodo a pessoa utilizar algo que já sabe mexer e, por exemplo, não ter de passar algum tempo esperando o suporte atender a ligação/chat ou, que ela poderia obter informações na Internet facilmente e resolver seu problema rapidamente.
Focar o desenvolvimento de um sistema nos “fornecedores de hardware e não os usuários finais” pode dar certo mas tem seus problemas. Se eu sou acostumado ao Windows, eu vou preferir periféricos compatíveis com ele e não com outro sistema que eu sequer utilizo. Chegamos naquela questão de que, se o sistema mais utilizado é o Windows, porque criar drivers para um sistema que tem 2% no mercado de PC? É uma situação complicada.
Conforme o blog do Edivaldo Brito, o Bug 1 do Ubuntu foi aberto em 2004 pelo Mark Shuttleworth e ele consistia em: “A Microsoft tem uma fatia majoritária no mercado PC desktop”. O Bug 1 foi fechado em 2013 e a consideração foi a “desde que foi relatado, telefones e tablets se tornaram muito mais importantes e enquanto a Microsoft pareça estar ganhando a batalha no desktop, no mercado de computação de consumo ela agora está em terceiro lugar, atrás do Android do Google e do iOS, da Apple”. Basicamente os smartphones cresceram absurdamente mas, veja só, o Bug 1 que era a respeito de desktops não foi “resolvido”. Desktop ainda é uma plataforma importante e relevante e, até agora (30/12/2021), a Microsoft domina e aí entra um ponto interessante que eu desejo compartilhar.
A Microsoft dominar esse segmento não é um problema. Ela atende o que o usuário deseja/precisa na maioria dos casos e por isso tem a dominância assim como o “Android/Linux” tem a dominância no segmento de smartphone. Note que lá no passado o meu computador recém comprado veio com Linux mas, ele não sobreviveu por muito tempo. O Ubuntu, no passado, foi alçado como o sistema operacional que poderia desbancar o Windows. Tinham grandes ideias como implementar a utilização de computador/smartphone etc integrados mas por fim, ela desistiu. Hoje a distribuição Linux Pop! OS, da empresa System76, está nos holofotes junto com outras mas, em pleno 2021, quase 2022, eu acho que algumas pessoas ao redor da Internet tem uma, digamos assim, “visão simplista da liderança da Microsoft no setor de desktop”.
A Microsoft faz um “trabalho competente” (especialmente na questão de atualizar as versões antigas do sistema sem custo mas isso é coisa pra outro momento) e eu não vejo nada de mais ela ser líder. No final, o que realmente importa é a pessoa utilizar o sistema operacional que seja mais produtivo para ela no que quer que seja e é por isso que eu defendo todos os sistemas operacionais. Se a pessoa é produtiva ou o sistema que ela usa atende as necessidades dela, continue a utilizar mas, se quiser testar algo novo, veja o Windows 11, um Pop! OS, um Debian GNU/Hurd, um Zorin OS, um Free BSD, um Solaris e por aí vai. Faça os testes por si mesmo e quando encontrar o que precisa ou o que atenda as suas necessidades, utilize ele e se aprimore cada vez mais para entender como funciona e conseguir corrigir/contornar os problemas que possam vir a surgir. Utilize o sistema operacional que atenda as suas necessidades seja lá quais forem.
Em meu desktop, eu utilizo o Windows 10 porque eu crio programas em C# (Visual Studio), edito vídeos e o Windows me atende então, não quero mais gastar tempo tentando forçar uma mudança. Não precisa se preocupar com o sistema que utiliza, que não é da filosofia X ou seja lá qual for. O importante, conforme minha visão, é que ele atenda as suas necessidades, que você se sinta confortável em sua utilização, que conversas a respeito podem e devem acontecer.
Fontes:
1 – StatCounter – OS share Desktop
2 – StatCounter – OS share Mobile
3 – DioLinux – O Linux precisa estar pré-instalado nos computadores à venda para crescer
4 – Blog do Edivaldo – Mark Shuttleworth encerrou o bug número 1 do Ubuntu