Depois de meses de adiamento devido a pandemia, o último episódio de TWD foi concluído e finalizou a temporada. Será que valeu a espera?
A décima temporada de The Walking Dead chegou ao final, depois de meses de atraso em seu último episódio, devido ao covid-19, finalmente a AMC finalizou a pós-produção e neste domingo (04) nós, brasileiros, tivemos o acesso oficial ao material e aqui vai uma crítica SEM SPOILERS para vocês.
A temporada tratou praticamente da guerra contra s sussurradores. Foi uma temporada que teve seus momentos com pegada de terror e a ação voltou às telas. Tivemos cenas marcantes de combate, plots e plot twist muito interessantes, e como já era de se esperar, a despedida de algumas personagens.
A temporada começou focada em preparativos, mas ao contrário da 7ª temporada, os preparativos não levaram 16 episódios. Como a temporada tinha como proposta a guerra contra os “sussu”, podemos dizer que ela foi atendida. Houve várias linhas de combate, e guerra não é só tiro, porra e bomba, há diplomacia, contatos estratégicos e provocação (talvez as provocações tenham ficado mais para o final, mas foram boas).
A 10ª temporada não foi nota 10, mas, com certeza foi muito melhor do que as 7ª e 8ª. Batendo de frente com a 9ª. Isso parece mostrar que a AMC aprendeu com seus erros e resolveu melhorar, prova disso é que durante a segunda parte da temporada, houve um episódio que foi trocado de ordem, isso, porque se tratava de um episódio de núcleo, então decidiram trocá-lo de ordem com um outro, algo que antes teria sido mantido sem pensar duas vezes, e foi um dos motivos da série, ao longo de sua vida, ter se desgastado e perdido uma significativa parcela da audiência.
Os episódios desta temporada foram dirigidos por várias pessoas, e assim, cada um deixou sua marca, seja nos detalhes de cenas mais grotescas, seja com posicionamentos de câmeras, ou mesmo ao utilizar câmeras diferentes para registrar melhor as cenas de ação. Tivemos, além da já tradicional utilização de efeitos visuais em zumbis e sangue, a utilização destes efeitos para várias outras cenas, desde um satélite no espaço caindo e pegando fogo na floretas (primeira cena da temporada), até a construção de vários cenários, embora sejam perceptíveis, os efeitos têm uma qualidade aceitável para séries, às vezes em TWD podemos até estranhar um pouco quando percebemos estes efeitos, mas é porque a série foca muito no drama, e para isso, o que conta são as atuações, então, os efeitos acabam se sobressaindo, diferente, por exemplo, quando vemos séries de super-heróis, e mesmo percebendo que aqueles raios e lues são pura computação gráfica, não estranhamos tanto, pois estamos condicionados ao universo fantasioso.
Durante toda a temporada, cenas noturnas causavam incômodo, pois pareciam muito escuras, e durante o dia, parecia não ter muitas cenas de ação, reflexo nítido do orçamento meio mão de vaca da AMC. O filtro granulado seguiu do início ao fim, além daquelas cores lavadas que sempre ajudam a manter o orçamento baixo das adições de elementos digitalmente às cenas.
Nesta temporada, mais do que nunca a sonoplastia foi explorada, e talvez seja o melhor recurso utilizado pela série. A dublagem em português “aumentou” um pouco o volume dos sussurros, o que às vezes nos fazia pensar “Como assim os zumbis não percebem que têm pessoas conversando ali no meio?” Mas, no áudio original parecia tão verosímil que às vezes parecia que estávamos apenas ouvindo gemidos e sons indistinguíveis de zumbis. Os sons das florestas, com ausência de trilha sonora musical, e até mesmo a utilização de algumas músicas diegéticas, a série acertou muito nisso.
Algumas atuações foram marcantes, a maioria foi aceitável, dentro do padrão de qualidade de The Walking Dead. A Alpha, o Beta, Daryl, Michone, Gabriel, todos conseguiam boas entregas. Judith, Rick Jr, Lydia e outros tentavam, às vezes convenciam, outras, tentavam, e a gente só aceitava, às vezes nem a trilha casava com as atuações, mas momentos assim ocorreram umas 2 ou 3 vezes apenas, no mais, a gente focava no diálogo e só aceitava.
Os episódios às vezes terminavam com alguns ganchos, e o seguinte eram a sequência, mas não imediata, parecia que ocorreu alguma elipse e neste meio tempo algo aconteceu e possibilitou uma solução. Estas soluções seriam bem-vindas se apresentadas visualmente? Com certeza, mas algumas vezes a solução era só deixar o tempo passar mesmo. Ao contrário de temporadas passadas onde a série explorava quase que minuto a minuto, desta vez micro-saltos temporais, de algumas horas ou dias ocorreram, isso ajudou a série a evoluir num ritmo mais rápido, algumas coisas eram rapidamente explicadas e tudo bem, mas algumas outras, causavam um leve incômodo porque era como se nós tivéssemos ficado de fora da jornada.
Ao contrário do que os trailers afirmava, esta não foi a melhor temporada já vista de The Walking Dead, pode até ter sido uma temporada muito boa, mas com várias possibilidades de ter sido melhor. Algumas conveniências de roteiro, para que determinados fatos ocorressem estiveram presentes, isso é comum, mas depois de algumas pisadas na bola da AMC, que várias vezes criou muita barriga nas temporadas só para completar 16 episódios, é natural que haja quem não goste e se preocupe com estas conveniências de roteiro. Felizmente a temporada entregou um final com bons ganchos, não tão apelativos quanto a escolha de Negan no final da sexta temporada. Há ainda a confirmação da produção de que haverá mais 6 episódios, devido ao covid-19 e o atraso das gravações, esta temporada será estendida para 22, porém, isso é mais um tapa buraco do que uma proposta original, a temporada foi nitidamente planejada para terminar no 10-16 e entregou sim um episódio que convence como season finale, por isso nossa crítica vem até aqui, depois faremos a avaliação desse puxadinho que fizeram, conforme forem liberados.
Review
The Walking Dead Season 10
The Walking Dead 10ª temporada pode surpreender você que não conhece muito do universo das HQs que originaram a série, começa preparando o território para uma expansão e variação da realidade dos quadrinhos, seguindo um ritmo próprio e que não chega a desagradar. A série inova em alguns zumbis, mortes e despedidas, implantação de subtramas e ganchos e mescla o drama, terror e ação de forma que nos deixe preocupados com algumas personagens. Não é a melhore temporada da série, mas é muito boa, e se você deixou de assistir a série no passado, talvez se interesse em assistir a partir da 9ª, pois neste mini reboot, a série se reencontrou e a 10ª temporada fortalece este novo rumo que TWD está tomando.
PROS
- Ritmo da série que não ficou enrolando
- Subtramas bem trabalhadas
- Despedidas e reviravoltas satisfatórias
CONTRAS
- Atraso no lançamento do último episódio por conta da pandemia de covid-19
- Alguns micro saltos temporais que nos faz sentir excluídos da aventura momentaneamente