Novos Super, novos poderes, crise de popularidade e ainda há espaço para discutir racismo e outros preconceitos, será que a temporada ficou boa?
Pra quem curtiu a primeira temporada de The Boys, deve ter percebido que em alguns pontos a série não seguiu à risca os quadrinhos. Esta segunda temporada eu posso dizer que foram feitas algumas outras adaptações da história original e a série seguiu um trecho importante das HQs mesmo com mudanças pontuais o que pode até surpreender e abrir brechas para novas ideias e discussões sobre o que pode acontecer no futuro da série.
O visual da série continua fantástico, apesar do Capitão Pátria às vezes parecer ter mais rugas do que deveria. As atuações seguem um bom nível de qualidade, nivelado por cima, são poucas as atuações que não acompanham o nível de Karl Urban (Billy Bruto), Jack Quaid (Hughie), Karen Fukuhara (A “Fêmea” muda) e Laz Alonso (Leitinho).
Esta segunda temporada conseguiu distribuir melhor do que a primeira o tempo de tela e a importância entre as personagens, evidenciando quem são principais, mas mostrando que coadjuvantes não estão ali meramente por conveniência de roteiro. Isso deixa tudo mais interessante, e passamos a compreender, nos importar e nos preocupar mais com cada personagem da trama.
A trilha sonora parece que se desencontra em alguns momentos, tanto que às vezes, os créditos finais são a parte mais agradável aos ouvidos. A dublagem brasileira, como já cansei de mencionar por aqui em várias produções, é muito boa, em alguns casos como na do Trem Bala e do Capitão Pátria, até ajudam a melhorar a atuação, que não é ruim, dos atores, mas em alguns outros casos, como Rainha Maeve e Luz Estrela, às vezes parece que a dublagem está um pouco acima na emoção, outras vezes está abaixo, e se juntarmos a isso uma atuação média Erion Moriarty, com seus pontos altos sendo extremos de ótimos, e seus pontos baixos apresentando uma queda tão grande que até parece ser outra atriz (corpo e expressões duras e travadas), fica difícil entender se a dublagem poderia salvar algo disso. Ah, já ia me esquecendo, parece que houve bastante reutilização de efeitos sonoros, não sei se foi proposital, para facilitar o reconhecimento do som de cabeças explodindo, mas a série pareceu ter usado o exato mesmo som para cada que isso acontecia, só mais pro final da temporada que foi possível perceber que mudou um pouco.
Esta segunda temporada expandiu muito o universo da série, e fez isso de forma rápida. Foram 8 episódios de ação e desenvolvimento de trama sem muita enrolação. Pudemos entender um pouco mais sobre personagens como Billy Bruto e Hughie, e como são importantes um para o outro. Vimos mais sobre a atuação da Vought neste universo e o mais legal foi sua equipe de gestão de crise dando um show em empresas do mundo real. Além disso, elementos como religião, preconceitos étnicos, racial e outras formas de exclusão também foram abordadas de formas diversas e que não ficassem cansativas, repetitivas nem enjoativas, em alguns casos, podem levar à reflexão quem quiser refletir, ou pode passar batido por quem não quer matutar um pouco sobre os assuntos e busca apenas um seriado de ação.
Review
The Boys - Temporada 2
A segunda temporada de The Boys não apresentou grandes evoluções em relação à primeira, manteve um bom nível de qualidade e uma história que evoluiu do ponto A ao ponto B sem muitas firulas. Valorizou seu elenco, respeitou e até mesmo surpreendeu o público em vários momentos, e como já sabemos que terá terceira temporada, só nos resta esperar ansiosos porque a primeira foi boa, a segunda também, então, é difícil esperar algo diferente da terceira, só vem The Boys, porque está sendo muito bom tudo isso!
PROS
- Roteiro bem escrito e dirigido
- História que valoriza muitos personagens
- Plot twists que acontecem desde o início da temporada
- Atuação original e dublagem brasileira
CONTRAS
- Trilha sonora e efeitos sonoros um pouco inconsistentes
- Ter apenas 8 episódios