[CRÍTICA] Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (SEM SPOILER)

O filme que parecia desconexo, mostrou-se surpreendentemente bom, com enredo simples e estética agradável.

[Vale ressaltar, como o nome sugere, trata-se de uma crítica SEM SPOILERS, o conteúdo a seguir reflete a opinião de seu autor. Sinta-se livre para concordar, ou discordar, total ou parcialmente, o importante é que sua opinião seja expressa com respeito e educação].

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, nos apresenta um personagem, lutador de artes marciais, que enfrenta uma espécie de chefão de máfia chinesa, que por a caso é seu pai. Enquanto o filme sofre um pouco para lidar com o drama familiar e outras questões, ele nos agracia com belas cenas de luta coreografada e leituras da cultura chinesa.

Para quem gosta de filmes de luta e artes marciais, como os do Jet Lee e Jackie Chan, vai curtir este aqui, pois, desde o começo o filme já conta com cenas coreografadas e empolgantes, que conforme o tempo passa ganham grandiosidade e liberdade, deixando de ser tão contidas, uma evolução que parece não condizer com a dos personagens, sendo que o personagem principal segue todo contido do início ao fim, sua irmã parece que se torna mais fraca e menos relevante, enquanto sua amiga, alívio cômico parece superestimada e não justifica o motivo de sua presença a não ser pelo desejo do roteiro e a necessidade do humor Marvel.

O enredo do filme é simples, em alguns momentos tentando se mostrar maior do que realmente o é, mas sua dificuldade de manter nos momentos dramáticos o mesmo peso e impacto que os momentos de ação, evidencia que a história não foi tão bem explorada, principalmente quando muda sua forma de apresentação narrativa, deixando de mostrar e passando a contar fatos, o que diminui significativamente o impacto dramático e enfraquece o drama familiar que a história nos apresenta, deixando sobrar então, apenas as acenas de ação nos enchendo os olhos.

Durante toda a aventura somos presenteados com elementos da cultura chinesa, e as diferentes formas de narrativa e contação de contos. O filme começa com boa dose de ação, mas logo em seguida ele tem uma freada brusca, o que pode tornar este início um pouco cansativo, mas no meio ele consegue nos apresentar mais elementos do universo e um conflito que nos desperta algum interesse a mais, mesmo que o roteiro opte por conveniências, tornando a jornada difícil quando quer e simplificando soluções para que a história volte a fluir também quando ele quer.

O filme cresce e se desenrola chegando a um terceiro ato apoteótico e deslumbrante, com uma convergência de ação, aventura, artes marciais, cultura, crenças, efeitos visuais, humor, superação e tudo o que o filme nos prometeu, nos enchendo de alegria e sentimento de satisfação com o que estamos recebendo.

Ainda que se perca parcialmente no caminho, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis chega ao destino desejado, nos presentei com uma inovação no  Universo da Marvel, com uma história que funciona bem por si só, e deixa o caminho aberto para o futuro que realmente esperamos das histórias da Marvel, esta foi, sem dúvidas uma das melhores histórias de origem de herói do UCM, e até personagens esquecidos foram desenterrados e melhor aproveitados.