Controversa, a série mistura humor, drama adolescente e satanismo cômico. Confira, sem spoilers, se vale a pena assistir.
[Vale ressaltar: como o nome sugere, trata-se de uma crítica SEM SPOILERS. O conteúdo a seguir reflete a opinião de seu autor. Sinta-se livre para concordar ou discordar, total ou parcialmente. O importante é que sua opinião seja expressada com respeito e educação.]
A série da bruxinha Sabrina foi lançada em 2018 na Netflix e veio quebrando tabus que misturam humor e satanismo, assim como aborda de forma prática dramas adolescentes e problemas familiares.
Muito se tem falado sobre a série na internet. As opiniões são bem divididas e podemos resumir “O Mundo Sombrio de Sabrina” como uma série que ou amamos ou odiamos. Eu, quando comecei a assistir, estava no grupo dos que estavam odiando, pois os dois primeiros episódios eram muito focados em drama adolescente e talvez este gênero não me agrade mais tanto assim. Porém, conforme o desenrolar da história, novos elementos, tramas e personagens carismáticos foram apresentados e transformaram a série. No quarto episódio minha opinião mudou e passei a querer acompanhar a série.
https://youtu.be/c1N3tpnmy-c
Sabrina é uma adolescente que vive com duas tias e um primo, e são donos de uma funerária Ela estuda e tem amigos que, assim como ela, sofrem bullying na escola. Cansada de ver seu grupo ser alvo de brincadeiras e chacota, Sabrina decide montar um clube de resistência. Em meio a tudo isso, ela está prestes a completar 16 anos, idade em que as bruxas se entregam ao Senhor das Trevas. Porém, a jovem bruxa fica dividida entre se entregar ao “tinhoso” ou a sua paixão adolescente. É aí que a situação começa a se complicar e sair do controle; mistérios e perseguições começam e a série mostra a que veio.
A fotografia e direção de arte são ótimas. Entregam climas imersivos, tornam as cenas de ação e cenários mais bonitos, mas, em algumas cenas, tem um efeito de desfoque nos cantos que me incomodaram muito. Até agora, não sei se havia um motivo de este efeito estar ali ou se foi utilizado despropositalmente.
Os efeitos sonoros são bons, assim como a trilha sonora, mesmo que ela não seja utilizada frequentemente, o que deixa em alguns momentos a série parecendo “Um Lugar Silencioso”, apenas com sons ambiente.
As atuações são em sua maioria muito boas. Poucos são os momentos em que vemos alguma personagem um pouco fora do tom do pedido pela cena.
Os efeitos visuais são muito bons, assim como a maquiagem. E tudo isso serve para criar a atmosfera de suspense para algumas das melhores histórias da série. Há momentos de bastante apreensão e um pouquinho de terror, mas tudo bem controlado; o gore é controlado, assim como os jump scares: são pouquíssimos, mas estão ali para mostrar a versatilidade da série. E a questão do satanismo geralmente é tratada de forma tão natural que se encaixa até como alívio cômico, sendo que poucas vezes parece ser algo assustador ou terrível.
O Mundo Sombrio de Sabrina já tem sua segunda temporada confirmada e se você está em dúvida sobre assistir ou não, assista, pois é uma série que vale a pena. Se você (assim como eu) não gosta de drama adolescente, vai se entediar nos três primeiros episódios, mas depois vai ter um enredo interessante, alívios cômicos bem colocados, uma atmosfera construída em um mundo que conseguimos entender, reviravoltas, um suspense que não vai nos pirar e um terror que nos faz lembrar dos perigos de bruxas.
Agora, se você ainda considera as opiniões que viu na internet de que a série é horrível, pode tentar dar uma lida na sinopse dos três primeiros episódios e iniciar pelo quarto. Se gostar, dê uma chance para o terceiro, só para contextualizar, e depois, siga em frente que até o fim da série não terá decepção.