Em 1996, foi lançado o primeiro jogo da franquia Resident Evil. Depois de 6 anos do lançamento do primeiro jogo, eis que chega aos cinemas o primeiro filme Live Action desta franquia. Como um fã de Resident Evil, eu fiquei entusiasmado e na época, onde eu moro, tinha um shopping onde eu fui assistir. Para fazer esta crítica, eu assisti novamente o filme para ver se, mesmo com 20 anos do lançamento, se ainda ele funcionaria como “uma diversão no universo de Resident Evil”. Para contextualizar, vamos a sinopse:
“Alice e Rain Ocampo têm a missão de destruir um laboratório genético operado pela poderosa corporação Umbrella, um dos maiores conglomerados do mundo, onde um vírus foi disseminado, matando seu criador e ressurgindo como uma criatura demoníaca, que sente uma fome incontrolável e transforma todas as suas vítimas em zumbis. O time tem apenas três horas para evitar que o vírus invada a Terra.”
Bem, eu lembro que o primeiro impacto que eu tive ao concluir o filme foi uma frustração. Eu assisti o filme inteiro, é bacana, tem bom ritmo, a forma de contar a história, a parte visual, o som mas, onde estão os personagens dos jogos? Cadê a Jill? Se era um primeiro filme de Resident porque não tem a Jill, Chris, Rebecca, Wesker e por aí vai? Eu esperava por isso e não tem nenhum personagem deste tipo. Lembre que isso era em 2002 e o acesso a Internet era precário, ao menos pra mim, e procurar em revistas informações era um pouco custoso então, as informações a respeito deste filme eram vagas. Se fosse hoje o lançamento, já se teria todas as informações, quais atores, os papéis … enfim, um monte de informações que facilitam você já ter uma ideia se vem algo bom ou se algo ruim está chegando. No fim, eu fui assistir porque o título do filme tinha Resident Evil e eu gosto dos jogos.
Bem, pelo que eu me lembro lá de 2002 e pelo que eu assisti recentemente, a proposta é contar uma história utilizando elementos dos jogos. Sabe, estar em uma cidade (Raccoon City), explicar a empresa Umbrella, o vírus, o que ele faz e o intuito. Sabe, ser aquele filme que é o pontapé inicial de uma franquia então, precisa estabelecer alguns fatos/elementos e algumas coisas dos personagens principais. Nesse aspecto, o filme se sai bem porém, o que os atores tem de material para usar em seu tempo de tela é bem fraco e não é nada espetacular. Eu diria que é funcional. A Milla Jovovich (Alice), Eric Mabius (Matt) e a Michelle Rodriguez (Rain) fazem um bom trabalho e causam um impacto importante.
O aspecto visual do filme eu gostei tanto lá em 2002 quanto atualmente. Existe uma boa ambientação dos locais utilizados, caracterização dos zumbis e dos personagens fazem o espectador “crer naquele universo”. Toda a construção é boa apesar de alguma cena ou outra, algum efeito especial com algum problema ou mesmo datado, se for levar em conta, mas o resultado é satisfatório.
A parte do som também tem uma boa relevância. Tem músicas, efeitos e outros elementos que colaboram para que o filme se sustente aceitando aquela ideia proposta nas cenas apesar de que os zumbis as vezes faltam um recurso mais aprimorado para transmitir uma ideia melhor da situação.
Na parte de entretenimento, eu me diverti muito nas vezes que eu assisti esse filme. Ele tem um clima de mistério inicial e depois ele adiciona partes de ação, com tiros e ele tem um bom andamento. O roteiro não ajuda os atores em seus trabalhos, contendo uns diálogos fracos mas, a ideia ali não fica decepcionante e não causa impacto muito negativo. Essa adaptação feita dos jogos para o filme é totalmente válida.
Em termos de conjunto, este filme demonstra valor. Tem problemas de material entregue para atuação, tem alguns problemas nos efeitos especiais/cenas porém, esse impacto não destrói o filme a ponto de ser uma perda de tempo … passa muito longe disso. O filme foi feito 20 anos atrás então os conceitos, recursos e visão eram outros e isso, na minha opinião, deve ser levado em consideração.
Mesmo se isso não puder ser usado como argumento, a história é contada de uma boa maneira, com um bom ritmo, com boa narrativa, cenas lembradas até hoje (cena com o laser) e quem não conhece a franquia de jogos, consegue ter um bom entendimento e se esse filme não se chamasse Resident Evil, ainda seria satisfatório de assistir.
Essa história, só pra se ter uma ideia, se fosse vendida como contada antes dos jogos (com algumas adaptações), funcionaria extremamente bem.
Review
Mesmo o filme tendo sido lançado 20 anos atrás, ele ainda continua relevante, promove boa diversão com sua história bem contada, com algumas cenas lembradas até hoje e bom andamento. A ausência de personagens dos jogos pode impactar quem é fã e gostaria de ver isso mas, se conseguir superar, poderá aproveitar esta adaptação. Se a pessoa quiser conhecer o universo sem nunca ter tido qualquer contato com a franquia, este filme pode ser a porta de entrada para os conceitos base de Resident Evil. Com toda a certeza, se você é fã da franquia ou se você deseja ver um filme com uma história interessante (apesar de alguns problemas), vale a pena assistir Resident Evil: O Hóspede Maldito.
PROS
- Andamento do filme é bem interessante e satisfatório
- A história é bem desenvolvida
- Filme contempla quem é fã da franquia e também quem nunca teve contato
CONTRAS
- Personagens dos jogos não aparecem neste filme
- Alguns efeitos especiais envelheceram mal
- O material para os atores não ajuda para boas interpretações