Filme que relata a história de Vincent van Gogh parece uma pintura, enche os olhos e mira em drama.
Lançado em fevereiro de 2019 nos cinemas brasileiros, filme está disponível no catálogo do Amazon Prime Video. Apresentando a história de Vincent, um pintor um pouco excêntrico, incompreendido e com algumas dificuldades, o filme nos leva a um enredo que se passa, na maior parte, no sul da França, onde vemos uma das mais conturbadas fases deste que é um dos mais importantes e influentes nomes das artes ocidentais. Comentamos sobre a estreia deste filme neste episódio de nosso podcast!
Pensa num filme lindo, de encher os olhos, uma direção de arte tão bem-feita que transforma cada trecho do filme em uma pintura. É isso o que você vai encontrar em No Portal da Eternidade. Uma bela direção de arte que encanta e impressiona, o que é ótimo, principalmente quando falamos de uma narrativa baseada na história de um dos maiores artistas já conhecidos.
Willem Dafoe convence e conquista a todos com sua atuação na pela de Vincent van Gogh, com seu olhar ele vai desde o observador ao perdido, conseguindo completar com a entonação e o corpo a transmissão das emoções desejadas. O elenco todo do filme mandou muito bem, ainda que o roteiro, que é bom, tenha parecido se estender propositalmente em um momento ou outro, o que pode ter sido também um pequeno problema de direção, que não parecia tão afinada quanto a Direção de Arte, e às vezes parecia encontrar dificuldades para trabalhar a psique do personagem e a historicidade.
Embora a trilha sonora não seja das mais impactantes, o filme tem seus momentos de ápice de grandeza e emoção. É um relato quase histórico de um dos momentos mais difíceis pelo qual o artista passou, mesmo com toda a rejeição de sua arte e incompreensão por parte das pessoas, nós, como expectadores conseguimos ver pelo olhar do Vincent a beleza nas coisas simples, e com um pouco de exercício de empatia, somos capazes de sentir parte de suas emoções em determinados momentos, como raiva, medo e desespero, ainda que nem sempre a tilha sonora consiga acompanhar tão bem quanto a fotografia, estes momentos.
O enredo que aborda diálogos bons, às vezes parece ser melhor do que realmente é, não é possível dizer que seja um enredo simples, mas também não é uma trama complexa e mirabolante. Há elementos trabalhados a todo momento e que são retomados em pontos úteis, sem parecer conveniência de roteiro, ou um deus ex machina. O tom do filme se constrói a todo instante e do início ao fim ele não para de se mover, o que impede o cansaço de quem está assistindo. Há momentos contemplativos onde é como se estivéssemos observando uma tela exposta na parede, pausas que o filme dá para olhemos para dentro e entendamos nossas emoções, assim como se espera que van Gogh também o faça.
Review
No Portal da Eternidade
Para os admiradores da arte, talvez nunca seja demais retomar à história de van Gogh, e para as pessoas que estão em busca de um filme bonito e dramático, sem excessos, a não ser de uma estética visual bela e impressionante, esta é uma boa pedida para um final de semana.
PROS
- Direção de arte encantadora
- Ótimas atuações como um todo
- História retratada de forma envolvente
CONTRAS
- Montagem e direção parecem não conversar bem com Direção de Arte
- Personagens secundários às vezes são apagados pelo roteiro