[CRÍTICA] Gavião Arqueiro (SEM SPOILER)

A série apresenta uma nova personagem, uma vilã mal trabalhada e fan service para matar o tempo.

[Vale ressaltar, como o nome sugere, trata-se de uma crítica SEM SPOILERS, o conteúdo a seguir reflete a opinião de seu autor. Sinta-se livre para concordar, ou discordar, total ou parcialmente, o importante é que sua opinião seja expressa com respeito e educação].

O Gavião Arqueiro não é um dos super-heróis mais poderosos do Universo da Marvel, mesmo assim, tem uma grande legião de fãs, talvez por ser gente como a gente, acabe conquistando um público grande que se identifica mais facilmente, além disso, ele também possui deficiência auditiva, algo que muito não sabiam e só descobriram agora na série.

A série veio com a proposta de explicar mais sobre Ronin, uma versão mais sanguinária do Gavião Arqueiro, situação que Clint Barton considera como um de seus maiores erros. No caminho ele encontra com Kate Bishop, uma fã do Gavião Arqueiro, que acaba sendo perseguida pela Gangue do Agasalho.

A série anda em círculos, com uma evolução estranha dos personagens, desde Kate se tornando muito boa, passando por uma vilã de camadas mal construídas e um Clint que parece não dar conta de carregar o peso do protagonismo nas costas. De fato, Jeremy Renner é um ótimo ator, mas os roteiristas da Marvel estão errando a mão com o Gavião Arqueiro desde seu arco com a Viúva Negra em Ultimato, o que foi fraco, despropositado e não convenceu o público nem que o sacrifício dela teria sido suficiente, nem garantindo uma redenção para os atos do Ronin, que pareceram ter sido muito amenizados nas telonas.

A Série do Gavião Arqueiro foi basicamente um fan service para as viúvas da Netflix, que terão muito o que celebrar, e espaço para teorias. Há elementos de humor que aliviam e divertem, tornando a série um pouco menos sem graça e pacata.

A Marvel parece ter sido mais afetada do que gostaríamos pela pandemia, e isso tem feito com que várias produções pipoquem aqui e ali sem muita sinergia entre si, parece que apenas para não deixar “a Marvel morrer” e a gente se lembrar de vez em quando daqueles heróis que todos amamos, “olha nós ainda estamos vivos”, “a saga do Infinito acabou, mas nós ainda não acabamos, viu”, e no fim, terminamos a série com a sensação de tempo perdido e frustração pela história não ter evoluído. Recebemos algum fan service que parece que vai nos levar para algo grande, mas, diante de toda a falta de ritmo que nos é entregue, não me surpreenderia se não chegássemos a lugar nenhum e um roteiro preguiçoso junte tantas pontas soltas porque, afinal, o fan quer service e nessa ressaca Marvel parece que é só disso que o UCM tem vivido ultimamente.