Talvez a versão mais bollywoodiana de uma obra da Disney que já vimos.
A noite na Arábia e o dia também é sempre tão quente que faz com que a gente se sinta tão bem. Esta é uma boa forma de começar a falar deste remake Live Action de Aladdin, um filme que faz a releitura da releitura animada dos contos das mil e uma noites.
Aladdin é mais uma empreitada da Disney na busca de encher seu caixa vendendo nostalgia, fisgando o público adulto e também apresentando suas obras em uma versão mais moderna (e menos limitada pela tecnologia) às novas gerações. Se Walt Disney queria que sua obra unisse as famílias, este objetivo está sendo alcançado como nunca.
Neste filme acompanhamos a história do jovem Aladdin, uma mescla de trombadinha dos desertos com Robin Wood, que acaba se apaixonando por uma princesa (que ele não sabia que era princesa), e enquanto tenta conquistá-la acaba se aceitando um serviço não muito honesto, de roubar um artefato para um, não muito discreto, vilão, durante sua jornada, Aladdin conta com ajuda de seus novos e inusitados amigos e acaba vivendo uma fantasiosa história de aventura e autoconhecimento.
Assim que começamos a assistir ao filme já ficamos desconfiados de que será um musical, e com o passar do tempo, confirmamos que é isso mesmo. Não chega a ser um musical brega e cheio de músicas que só servem para vermos a versatilidade do elenco, aqui as músicas cantam e às vezes contam a história. O filme tem um tema leve que atende a toda a família, e em poucos momentos parece ter algum elemento que destoa, como a princesa que já havia demonstrado uma personalidade mais forte do que versão animada, mas que acaba se empoderando um pouco além da conta, trazendo a toma uma sensação de forçação de barra. É ótimo ver que as produções estão parando de tratar mulheres como um problema de roteiro para o mocinho resolver, mas, gente, você é uma princesa que tem um tigre ao seu lado que só obedece a você, como você pode ser mais fodona? Cantando com um timbre agudo que ninguém vai te calar?
Por ser um musical, as músicas tinham que ser, no mínimo, boas, não é mesmo? Então… As músicas aqui não surpreendem muito, pois são basicamente as mesmas da animação, com alguns arranjos diferentes, e uma ou duas canções novas, e surpreendendo absolutamente ninguém, se mostraram ótimas músicas. Noite na Arábia, o clássico, abre o filme e já aquece nossos corações. As cenas de ação contêm boa sonorização, os efeitos mágicos do gênio beiram o cartunesco, fazendo a já divertida atuação de Will Smith ainda melhor. E olha que o povo criticou o gênio azul, mas ficou muito bom.
Por falar em Gênio, ele convence, está muito bom, divertido, carismático e às vezes atua como a voz da consciência, guiando o espectador à reflexão proposta, e com certeza, ele ajuda o filme a alcançar os objetivos propostos. Se na Arábia é sempre tão quente que nos deixa tão bem, a direção de arte trabalhou nisso de forma muito boa, e não é o calor escaldante do deserto, é tudo muito vivo, colorido, o amarelão, laranja e vermelho da animação deram espaço para uma versão bollywoodiana do carnaval paulista (sim, pois é um pouco mais singelo que o carioca). Visualmente o filme é lindo, são poucos os momentos em que algum efeito nos incomoda, e as coreografias valorizam as pausas narrativas, sejam para absorvermos alguma informação, seja para evitar que nos cansemos, e o filme apresenta até uma barriguinha ali no começo, mas são 3 minutos que parecem 5, e logo tudo volta ao normal, até que lá do meio para o fim volta a engasgar, mas logo põe pra fora e não decepciona.
Enfim, o filme cumpre bem sua proposta, agrada a crianças e adultos, traz piadinhas e sensações para ambos os públicos, diverte e entretém. As críticas ao gênio mostrou-se mais uma vez hate de internet, e o filme em si é leve e divertido, é um divertido sessão da tarde que se estiver passando enquanto você estiver sapeando os canais, provavelmente será a opção que você vai escolher para ver enquanto o tempo passa. Se alguém duvidada do potencial de Bollywood, este filme vai mostrar que vale a pena dar uma chance aos filmes indianos (mesmo Aladdin não sendo um filme indiano, mas bebendo muito desta fonte). Se você não quiser reassistir ao filme, ao menos uma das músicas você se verá cantarolando ou adicionando à sua playlist.
Review
Aladdin 2019
Aladdin é um filme muito divertido e se você já é adulto, novamente faz parte da sua vida, se você não assistiu a animação, corre para ver pois a experiência é diferente, mas não tem como você dizer qual das duas versões é melhor, cada uma tem seu charme, e ambas são boas opções de entretenimento para a família.
PROS
- Figurinos variados e bonitos
- Músicas resgatadas e simpáticas
- Elenco carismático e alegria contagiante
CONTRAS
- O empoderamento feminino parece um pouco forçado em um momento específico